segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Espírito de Natal

E “ae” pessoal? Quantas saudades! Estava de férias e retornei hoje à minha senzala amada! Abri minha caixinha de e-mails e fiquei abismada com a quantidade de mensagens de amigos desejando um Feliz Natal para mim e minha família e, querem saber? Foi realmente um excelente Natal! Seus desejos se tornaram realidade! Estive aqui no gabinete semana passada, dia 22 precisamente, para assinar a folha de freqüência que eu havia esquecido de deixar em ordem (coisas de pisciana), mas foi ótimo, pois saí daqui com um monte de embrulhos de presentes que ganhei de várias pessoas. Havia desde vinhos, panetones, champanhes, agendas, cadernos e até um azeite MARAVILHOSO que foi testado ontem em um delicioso macarrão alho e óleo feito por mim para meus rebentos mortos de fome! Naquele dia quando voltava dirigindo para casa e com os embrulhos amontoados no banco do passageiro. Parei em um farol e logo veio um garotinho de uns 09 anos de idade me vender água. Disse-lhe que não queria água e ele foi embora... Logo em seguida ele voltou e perguntou se eu podia dar o panetone para ele. Respondi se ele poderia dar a água para mim e assim faríamos uma troca que é o que se faz em épocas de Natal... Ele sorriu e disse: “- Ta bom vai!” - e me deu a água e eu lhe dei o panetone. Então eu disse: “- Feliz Natal” - e ele falou com um sorriso: “- Num entendo nada desse negócio de Natal não! Nunca ninguém falou feliz natal pra mim!” Senti meus olhos encherem de lágrimas, mas mantive o pique e respondi: “- Mas sempre tem a primeira vez!” Então o farol abriu, eu fui embora e ele correu com o panetone na mão para dividir com mais quatro amigos que estavam lá com ele. Acabei nem tomando a água. Às vezes as coisas acontecem na vida da gente pra dar uma chacoalhada em nossos espíritos mimados e cheios de vontades... Quando muitos reclamam das confusões que as comemorações natalinas causam, de todo trabalho com a ceia, com os presentes, com as roupas que se irá usar na festa e outras coisas do gênero, outros tantos nem sabem o que essa data significa e dói ver que muitas dessas pessoinhas são crianças. Fui embora com um panetone a menos na lista dos presentes que recebi, mas meu coração estava cheio de graça por ter podido compreender a mensagem daquela tarde. Embora o Natal já tenha ido embora, o espírito dele permanece em nossos corações e meu desejo é que esse espírito perdure pelos próximos dias até que seja renovado novamente no Natal de 2011. Amo todos vocês! Amor! Mi

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O FANTASMA!!!

Isso aconteceu há mais ou menos uns 15 anos... Eu ainda era casada e meus filhos eram pequenininhos. O Tiago devia ter 1 ou 2 anos e o Lucas entre 3 ou 4. Eu morava em um condomínio bastante familiar com 8 andares e 4 apartamentos por andar. O meu era no 4º andar de nº 44. Todos ali, ou quase todos se conheciam. Casei em 1990 e o Lucas nasceu em 1991. Na época eu trabalhava no Banespa por ½ período, das 07h às 13h. Amava esse horário pois me deixava a tarde livre para meus afazeres domésticos. Foi logo que me casei e fui morar lá que conheci o Zé Maria. Ele morava no Ap. 72, três andares acima do meu. Era um verdadeiro Gentleman! Extremamente atencioso, cavalheiro, perfumado e muito, muito culto! Uma simpatia pra lá de grande! Sempre que eu ia trabalhar o encontrava ou no elevador ou na garagem. Cumprimentava-me com um largo sorriso e abria a porta para que eu pudesse passar. Minhas manhãs eram sempre muito iguais: Acordava 5h30, punha água pra ferver e coar o café e ia tomar banho. Então, saia do banho, colocava um roupão, enchia uma xícara de café e ia tomar na varanda do meu apartamento enquanto podia assistir o sol nascer... Só então que ei me arrumava pra ir trabalhar. Não havia um só dia em que não encontrasse o Zé Maria. Sempre cheio de sorrisos, gentilezas e educação. Era solteiro e devia ter uns 40 anos. Um homem muito atraente, mas eu era casada e não podia nem pensar nisso. Um belo dia estava trabalhando e meu marido (atual ex) ligou dizendo: “Quando você chegar, não se assuste! O prédio está cheio de policiais! Mataram o Zé Maria com 6 tiros no apartamento dele!”... Quase cai da cadeira! Como? Um homem tão polido, educado! Chegando em casa estava aquela muvuca! Carros da polícia, do IML, gente pra todos os lados! Zé Maria deve ter sido assassinado na sexta feira, mas só encontraram o corpo em sua casa na segunda, portanto, o odor característico estava bem presente nos andares e nos elevadores. Cheguei a ir até o sétimo andar e olhei para seu ap lá do hall! Era difícil de acreditar que um homem como o Zé Maria pudesse ser assassinado de forma tão brutal! Não vi seu corpo, mas o clima pesado, o odor sufocante mostrava o quanto aquilo tinha sido cruel. Fiquei com má impressão do 7º andar desde aquela época. Sempre que eu pegava o elevador e ele casualmente subia, minha espinha gelava! Tinha impressão que veria o Zé Maria a qualquer momento entrando no elevador com o sorriso largo me desejando “Bom Dia”. Bom, como tudo na vida passa, isso também passou e os dias continuaram a seguir seus cursos normalmente. Passou-se um ano, ou mais, não lembro. Continuava a fazer minhas coisas, acordar cedo, tomar banho, tomar café assistindo o nascer do sol na varanda e descer pra ir trabalhar. Um belo dia, peguei o elevador e, ao invés dele descer, ele subiu e parou no 7º andar... Eu gelei lembrando do Zé Maria... Então não é que me abre a porta do elevador e o Zé Maria entra dentro com aquele mesmo sorriso e cordialidade de antes? Fiquei ATONITA... PARADA... ESTÁTICA... BOQUIABERTA! Um frio gélido subiu pelas minhas costas até a nuca ouriçando todos os pelinhos do meu corpo... O óculos começou a escorregar pelo nariz devido ao suor frio que abundantemente descia pelos poros do meu corpo... O Zé Maria (fantasma) sorriu e disse um sonoro “Bom dia”, mas não recebeu nenhuma resposta minha, pois eu estava encolhida no canto do elevador com os olhos esbugalhados e completamente muda. Eu tremia dos pés a cabeça. Já tinha tido algumas experiências espirituais em minha vida, mas nunca uma tão evidente, tão próxima e ainda por cima, falante! O Zé Maria fantasma deve ter me achado uma grossa e mal educada, pois nem falei um “oi” para ele. Chegando na garagem, ele, fantasma, como sempre, abriu educadamente a porta do elevador para eu sair, mas o medo literalmente me grudou contra o canto do elevador e o máximo que pude fazer foi acenar um “não” com a cabeça. Ele sorriu com um ar de quem não tava entendendo porra nenhuma e foi embora. Quem disse que eu tinha coragem de descer do elevador? Continuei ali amuada naquele cantinho com meu coração aos saltos, meus óculos caindo do nariz, as pernas bambas e pensando no porque eu tinha resolvido ser espírita? Se eu fosse atéia provavelmente não me assustaria tanto! De repente o elevador fechou a porta e subiu pro térreo. Nesse instante, entrou o zelador... Sorridente me desejou bom dia, mas vendo meu semblante um tanto DIFERENTE, perguntou se eu estava me sentindo bem... Respondi que ele provavelmente iria me achar uma louca, mas que eu tinha acabado de descer do elevador com o espírito do Zé Maria em pessoa. A princípio ele arregalou os dois olhos e ficou sério! Depois de alguns segundos ele estourou numa risada estrondosa que só faltou eu bater nele! Demorou um pouco para ele ter fôlego e me esclarecer o ocorrido. Alguns segundos depois ele disse que não era o Zé Maria e sim o irmão gêmeo dele que estava morando no apartamento do irmão. Eu fiquei PUTA! Quer dizer que o homem tinha um irmão gêmeo e ninguém me avisa? O irmão fica perambulando pelas dependências do condomínio assustando os moradores e eles acham normal? Será que não passou pela cabeça de ninguém avisar os condôminos que o irmão gêmeo do morto iria morar na casa do defunto? Caraça! Que povinho mais sem idéia! Depois de ter dito tudo isso e um pouco mais pro coitado do zelador que não parava de rir, fui embora pro banco trabalhar... No caminho eu fiquei pensando em quantas asneiras eu havia dito pro coitado do Zelador... Onde já se viu fazer um comunicado de que o irmão gêmeo do defunto iria morar no prédio? Eu mesma ri das minhas idéias idiotas! Fiquei imaginando como seria o comunicado do Síndico:
“Prezados Condôminos Informamos que a partir de tal data irá residir neste edifício o Sr. Fulano de Tal, irmão do nosso saudoso condômino amigo Zé Maria falecido há dois anos atrás. Tal comunicado deve-se ao fato de o futuro morador se gêmeo do falecido e o presente destinasse a evitar ataques cardíacos, enfartos fulminantes ou de qualquer outra natureza face a semelhança do Sr. Fulano de Tal com o falecido. Agradecemos a compreensão a alertamos que eventuais dúvidas diante da idoneidade e origem deste futuro morador deverá ser sanada com o sr. Zelador ou Sindico e Sub-síndico. Grato A Administração.”
..... pode?