Outro dia fiquei pensando muito na Tati. Há muito tempo atrás, ela comentou comigo sobre um desentendimento que havia tido com seu namorado no qual eu lhe havia dito que se fosse comigo (a famosa frase), eu já teria terminado tudo. Na verdade o que eu quis dizer é que hoje em dia, talvez pelas várias desilusões que sofri e por tudo que um dia acreditei e não acredito mais, faço questão de não me prender a ninguém e também não torno nenhum homem indispensável para a minha vida.
Lembro que no dia em que ela desabafou comigo, a ouvi dizer que ela queria ser igual a mim e não deixar que as coisas a magoassem da forma como a magoavam. No momento confesso que até que me orgulhei disso, mas depois de um tempo fiquei refletindo sobre suas palavras e me questionando profundamente sobre se isso realmente seria bom. Já faz uns dois ou quase três anos que ela comentou isso comigo e desde então fico pensando a respeito. Tive, como todos nós temos, vários percalços na minha vida. Não me casei cedo, pelo contrário, tinha 25 anos quando subi no altar e, sinceramente? Foi um dos dias mais magníficos da minha vida! Nunca me arrependi de ter-me casado e jamais me arrependerei. Só acho que faltou um pouco mais de maturidade tanto minha quanto de meu ex. Ambos queríamos independência e acabamos por colocar os carros na frente dos bois antecipando uma condição que poderia ter sido protelada mais para adiante.
No entanto, apesar de meus 25 anos e dos 24 anos dele, estávamos ambos subjugados a alguém: eu a meus pais e ele ao irmão caçula. Queríamos nos libertar e nos libertamos, mas nos acorrentamos um ao outro, ou seja, só mudamos as algemas de lugar ao invés de nos livrarmos delas. Hum ano e cinco meses depois nasceu nosso primeiro filho e três anos depois, nascia nosso segundo filho. Nesse meio tempo, surgiu um filho que não conseguiu nascer. No total seriam três fofuchos para alegrarem nossa vida, mas Deus sabe o que faz, não é?
Enfim, esse casamento foi a deriva 9 anos depois por culpa de ambos, é claro!
A separação foi desastrosa e deixou cicatrizes profundas em ambos, mas, como eu disse, cicatrizes, portanto não sangram mais, para o meu bem como também para o bem de meu ex-marido. Por um desequilíbrio emocional acredito, fruto dessa separação desastrosa, me envolvi com outra pessoa. Foi um relacionamento de 1 ano que me aniquilou completamente, mas ao mesmo tempo, me fortaleceu de forma surpreendente!
Desde então, nunca mais me permiti ser envolvida por alguém a ponto de me sentir abalada com algo. Mas até que ponto, isso será saudável para mim? Ao mesmo tempo que não consigo visualizar-me vivendo com alguém, me assusta a solidão da velhice que virá certamente. Percebo com um certo pânico, a minha facilidade em descartar um namorado sem prévio aviso e sem nenhum remorso a ferir minha alma pelo rompimento repentino. Nesse momento, chego a uma conclusão assustadora. A de que eu nunca fui capaz de amar alguém de verdade. Já me apaixonei sim, perdidamente! A ponto de esquecer de mim mesma e vangloriar o outro como se fosse um deus vivo! Mas, como toda paixão, acabou do dia para a noite sem deixar vestígios. Dói, com certeza, dentro de mim, essa frieza que exala de meu coração ao encarar uma relação amorosa. Dói essa ausência de calor que todo amor nos honra com sua formosura e delicadeza. Coisa que nunca senti.
Às vezes eu penso mesmo que sou imune ao amor e a qualquer relacionamento amoroso dedicando-me incondicionalmente aos meus amigos que me são tão caros, tão verdadeiros e tão pouco ameaçadores. Mas tenho que admitir que toda essa cautela que ergui em torno de meu coração, nunca me fará encontrar minha outra metade da laranja, ou, se já a encontrei, a deixei ir embora sem perceber a sua importância em minha vida. Sabe Tati, não queira ser como eu. Emocione-se profundamente com ele! Chore profundamente por ele e lute fervorosamente por esse amor. Lá na frente, com certeza, vocês estarão juntos para sempre. Poderão compartilhar um momento de suas vidas que todos nós um dia viveremos e nessa hora a presença dele será um bálsamo para seus momentos difíceis.
Portanto amada amiga, apaixone-se! Case-se! Suba ao altar sentindo-se uma rainha. Faça de sua vida uma vida espetacular. Liberte seu coração. Deixe-o livre para voar sem limites e sem medos. Não detenha sua felicidade... ela é sua! E é única!
Quanto a mim? Estarei sempre alojada na minha solidão que, infelizmente, é, no momento, meu único porto seguro. Não vale a pena ser como eu, pois tudo o que vou levar para minha vida futura, será a companhia de minhas recordações. Nada mais!
Até lá, quem sabe eu é que aprenda a ser como você, Tatinha querida...
2 comentários:
Obrigado, Miriam, pelas palavras.
Espero que você sempre visite o blog!
E parabéns pelo seu!
É bem profundo e sincero!
Um abraço
André
Valeu André por me visitar! Seja sempre benvindo! Grande abraço.
Postar um comentário