sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Tudo ÓTIMO!

Vocês já perceberam como as pessoas costumam responder a cumprimentos? Quando a gente pergunta: Tudo bem com você?, geralmente a resposta não é muito otimista:"É. Vamos indo." ou "Não melhor do que você " ou ainda "Levando, né? Não tem outro jeito!", ou, sendo um pouco mais animador, acaba saindo um "Tudo bem", mas que com uma cara que nos faz perguntar "Imagine se estivesse ruim...". Pois é, eu resolvi mudar as respostas e sempre que alguém me pergunta. "Tudo bem com você?", eu respondo "Cada vez melhor!". Geralmente o outro lado olha com espanto não acreditando a princípio no que ouviu. Depois do baque acaba respondendo: "Poxa! Que legal!", ou "É isso mesmo! Tem que pensar assim". Atualmente estou trabalhando em Relações Governamentais e minha atual chefe é extremamente alto astral. Toda vez que alguém pergunta se ela está bem, segue-se um harmonioso e bem falado: "Tudo ótimo! E com você?". Mas não é um "tudo ótimo" qualquer, é um sonoro, soletrado, muito bem colocado, direto e absoluto: "TUDO ÓTIMO!!!!", direto, dinâmico, que faz com que a gente perca o eixo. A gente balança! As pessoas perdem um pouco o rumo antes de responder. Parece que ficam pensando em uma resposta que satisfaça o "ótimo" que foi colocado, pois não foi um ótimo qualquer, foi um tremendo, estupendo e maravilhoso "ÓTIMO". Estou aprendendo com ela. Já percebi vários rostos estupefatos tentando imaginar uma resposta a altura, mas geralmente eu ganho de longe! Hoje mesmo, ao me perguntarem se eu estava bem, encarnei minha chefe e escancarei um "TUDO ÓTIMO!" que fez com que a pessoa saísse tonta, meio "onde estou, quem sou eu", entende? Ela até gaguejou para responder: "Q q q que b b bo bom n n n né éé?" Isso me inspirou a postar essa mensagem e lançar a campanha do "TUDO ÓTIMO!" Eu acredito que a palavras têem sua força e quanto mais otimistas possamos ser com as coisas que dissermos, mais favoráveis serão as situações que nos são colocadas. Bem, como hoje é sexta feira, meu chefe, minha chefe, minha amigas já foram e estou sozinha aqui, tinha que inventar algo para passar o tempo, concordam? Mas está lançada a campanha do "Tudo Ótimo!". E que seja infinita enquanto dure! Até segunda, pois meu final de semana com certeza será "ÓTIMO".

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Parando de fumar...

Em 2002 nem se cogitava a possibilidade de uma lei anti fumo em São Paulo. Havia sim, alguns restaurantes que se dividiam em "fumantes" e "não fumantes", mas nunca foi além disso. Eu fumava naquela época. Não era de fumar muito mas um maço para mim durava 1 dia e meio, mais ou menos, (Tá certo! Eu também não fumava pouco) e só de pensar que o maço estava acabando eu já entrava em verdadeiro pânico. Tinha que sair correndo para comprar mais um maço, pois a possibilidade de ficar sem cigarro me deixava desesperada. Naquela época eu tinha motivos mil para fumar. Havia voltado de Juquitiba faziam dois anos. Estava desempregada e com dois meninos para criar. Prestava todos os concursos públicos que existiam e vivia estudando para conseguir passar em algum. Estava com tendinite no tornozelo, NO TORNOZELO, ACREDITAM? O que me impedia de fazer minhas caminhadas que eu tanto gostava. Vivia estressada! Tinha dois filhos que exigiam coisas de mim que eu não podia dar o que aumentava a minha irritação e, consequentemente, diminuia a minha auto estima! Então eu fumava! Fumava! Fumava! Não podia atender um telefone que eu acendia um cigarro, colocava o cinzeiro na mesinha e ficava conversando e fumando feito uma louca! Eu fazia um curso em um centro espírita e eles falavam sobre o mal que fazia o cigarro, mas eu pouco me importava. Continuava fumando, afinal eu morreria mesmo algum dia e quando isso acontecesse eu me preocuparia em prestar contas sobre o fumo. E o tempo foi passando. Meu passatempo predileto era fumar e tomar café. Acordava, tomava um café e fumava. Preparava o café dos meninos depois me sentava na sala e fumava. Ligava a tv e fumava. Fazia o almoço com o cigarrinho do lado. Assistia as novelas fumando. Lia algum livro fumando. Antes de dormir fumava o "último" cigarro do dia (isso se eu não acordasse de madrugada, é claro!) e assim sucessivamente, dia após dia. Meu stress cada vez mais alto.
Um belo dia, assistindo o fantástico, apareceu uma reportagem onde o Dr. Drauzio Varella falava sobre o cigarro e o mal que ele fazia para os pulmões. Mostrou então o pulmão de um fumante totalmente preto e disforme.
Quando meus filhos viram isso, vieram desesperadamente pedindo para que eu parasse de fumar. Eles falavam : "Mãe! Pára! Por favor! Olha como vai ficar seu pulmão!" e eu abanava a cabeça negativamente. Eles insistiam "Mãe! Pára! Por favor!". E eu dizia que não estava em condições de largar o cigarro, pois estava muito nervosa. Mas eles não desistiram: "Mãe! Pela gente! Deixa esse negócio aí! Olha só o mal que faz! Por favor! Se você morrer o que vai ser de nós dois? Pára de fumar mãe. Pelo amor de Deus! Olha o que você está fazendo com seu pulmão! Por favor mãe! Pára de fumar! Pára vai?!" Como eu já estava ficando de saco cheio com sua insistência respondi num grito: "QUANDO EU CONSEGUIR UM EMPREGO E COMEÇAR A TRABALHAR EU PARO, TÁ?". Eles sossegaram e responderam: "Promete?", eu irritada retruquei: "PROMETO! QUE SACO!".
Nunca mais tocou-se nesse assunto até janeiro de 2003 quando recebi minha convocação para trabalhar no HSPM. Quando recebi o telegrama eu fiquei tão feliz que fui logo contar para meus filhos e qual não foi a minha surpresa quando ao contar para eles, os dois me disseram: "Agora você vai ter que cumprir a promessa!"
Eu já nem lembrava da droga da promessa que eu tinha feito! "Que promessa?", "A de parar de fumar", responderam com um sorriso enorme de vitória no rosto. Minha expressão deve ter sido de tanta incredulidade diante do que havia ouvido que meus filhos retrucaram: "Você sempre fala que quando se promete algo, deve-se cumprir!" e aquele sorrisinho idiota em seus rostos me aniquilou. Fiquei absolutamente sem palavras. Parar de fumar? Isso não estava em meus planos. Mas o dois foram tão enfáticos em suas palavras que não me deu outra alternativa senão calar a boca e pensar num jeito de me safar da situação. Imaginação à solta comecei a inventar argumentos para adiar minha promessa. Disse-lhes que eu só havia sido convocada, portanto não valeria ainda. Eu teria que parar de fumar quando começasse a trabalhar e aquilo era só uma convocação. Eles aceitaram com um muxoxo, mas não tiveram outra alternativa. Foi quase um mês de exames médicos para estar apta a exercer minha função de assistente administrativo no HSPM, e nesse interim eu fumava feito uma condenada no corredor da morte.
Finalmente foi informada da data em que eu iniciaria minhas atividades no Hospital e seria dia 10/02/2003. Fiquei dividida entre estar feliz e estar triste, pois meus filhos pareciam uma sombra me rodeando para saber se eu cumpriria a promessa. Nunca imaginei que eles tivessem gravado no fundo do âmago de seus seres aquelas estúpidas palavrinhas que eu havia dito a alguns meses atrás.... maldito Drauzio Varella!
No domingo anterior eu fumei desesperadamente. Eu acendia um cigarro atrás do outro. Só de pensar que no dia seguinte eu não poderia mais fumar, a vontade aumentava. Não conseguia dormir de tanta ansiedade. Devia ser umas 2h30 da madrugada quando eu adormeci não antes de fumar o ultimo cigarro. Logo pela manhã, às 05h00 para ser específica, pois eu entrava às 07h00 no hospital, peguei minha cigarreira com o maço de cigarros dentro, meu isqueiro e escrevi um bilhete para os meus filhos dizendo assim: "Promessa cumprida. Podem jogar fora a cigarreira, o cigarro e o isqueiro. Parei de fumar." Deixei tudo sobre a mesa da cozinha e parti para meu primeiro dia no Hospital do Servidor Público Municipal. Metade de minha alma estava lá também junto com a cigarreira, é lógico! E uma imensa vontade de me atirar na Av. Mazzei debaixo de um ônibus. Vou ser sincera. Durante o dia eu não senti a mínima vontade de fumar. Comprava aquelas balinhas tic-tac extra forte e colocava-as na boca sempre que sentia vontade de fumar, mas foram muito poucas as vezes. Mas durante a noite! Admito que entrei em depressão na primeira semana. Durante a noite eu mastigava palitos, cenouras, balas e qualquer outra coisa que eu pudesse. Tomava café aos baldes! Roía todas as pobres unhas de minhas mãos. Não atendia telefone em hipótese nenhuma, para não sentir vontade de fumar. O ápice da crise de abstinência se deu quando meu filho, ao me ver tomando um golinho de café, mencionou inocentemente: "É mãe! Agora você precisa é deixar de tomar café!". A minha reação foi extraordinariamente desproporcional ao que deveria ser. Eu olhei para ele e mencionei aos prantos: "Você quer acabar comigo, né? Você quer me matar! Já não basta o sofrimento que estou passando (drama!). Já não basta o esforço desumano a que estou me submetendo por vocês e essa ridícula promessa que eu fui OBRIGADA a fazer! Vocês ainda querem mais! Querem me ver arrastando no chão! Não basta meu sofrimento! Tem que ter sangue! Vocês me odeiam! O QUE EU FIZ PARA MERECER ISSO? ALGUÉM PODE ME DIZER?". O Lucas arregalou seus dois olhos e sussurrou: "foi brincadeira, mãe!"
Naquela semana, para minha infelicidade, acabou a luz no prédio e tivemos que ficar a luz de velas. Nessa noite adivinhem quem vai fazer uma visitinha em meu ap? Minha irmã e meu cunhado, ambos fumantes INVETERADOS. Sentaram-se na sala e acenderam seus cigarros. Sob a luz das velas eu via as fumaças de seus cigarros subindo e desaparecendo no ar. Aquele cheiro de cigarro atiçava meus sentidos e eu comecei a me contorcer feito uma lesma atingida por sal. Meus filhos me olhavam com os olhos esbugalhados, pois eles sabiam que eu estava me esforçando para cumprir o prometido, mas que aquilo também já era demais! Até que um deles falou: "Tia, sabe da novidade? Minha mãe parou de fumar!". Eu o agradeci com os olhos. Minha irmã e meu cunhado não sabiam o que fazer com o cigarro. Chegou a ser cômico! Eles levantavam as mãos na tentativa de afastá-los de mim. Meu cunhado foi até o vitrô, minha irmã ficava com o braço estendido até que eles resolveram ir embora. Eu amo demais a minha irmã! Mas aquela não foi uma boa hora para ela fazer uma visitinha no meu ap. Finalmente a primeira semana passou e o inferno diminuiu. Na segunda semana eu já nem sentia mais vontade de fumar, mas mantinha minhas balinhas tic-tac por perto para qualquer eventual recaída. Na verdade até hoje, 6 anos depois, eu ainda ando com as balinhas na bolsa. Elas foram minhas companheiras e confidentes naquela semana fatídica e as mantenho comigo sempre. Hoje é lógico, agradeço muito aos meus filhos por terem me obrigado fazer aquela promessa e me orgulho por ter dentro de mim aquele ensinamento que aprendi com meus pais de sempre cumprir o que se promete, seja a quem for, ou o que for. Cumpra-a! Seu coração ficará aliviado e seus filhos aprenderão o valor que podem ter suas palavras quando sinceras! Ah! Esqueci... aqui vai meu agradecimento especial ao Dr. Drauzio Varella, pois sem ele, nada disso teria acontecido! Valeu Doutor!

domingo, 2 de agosto de 2009

Perfume das coisas

Hoje eu acordei com saudades! Saudades das coisas que não acontecem mais. Hoje acordei lembrando do porão da casa de Dna. Hélia, vizinha nossa, onde brincávamos junto com sua filha, a Sânscia. Era um porão enorme, mas fico pensando se hoje ele teria o mesmo tamanho. As coisas encolhem ou somos nós que crescemos? O que mais encolheu dentro de mim além daquele porão escuro, cheirando mofo, cheio de bagunça mas que eu amava ficar por horas simplesmente observando-o. Também tinha o meu porão. Lá ficavam minha bonecas, a lousa, a mesinha e cadeirinhas para tomar o chá da tarde, meus ursinhos, a vitrola do papai, uma pia de brinquedo para aprendermos a lavar louça (nunca aprendi), uma cama onde a Santa, minha segunda mãe dormia, uma tábua de passar roupa, várias quinquilharias de meu pai, e uma porta para acesso à garagem. Eu adorava aquele lugar! Passava minhas tardes brincando com meus bonecos, desenhando mapas estratégicos para invadir algum lugar potencialmente perigoso, mas que sempre conseguíamos vencer, pois éramos infalíveis. (eu e meus bonecos, claro!)
Acho que quando a gente cresce, não são somente as coisas que encolhem, mas junto com elas, encolhe a nossa infância. Encolhe aquela criança que fomos. Encolhe a nossa audácia em pensar, agir. Encolhe nosso ímpeto de descobrir coisas. Encolhe nossa vontade de buscar respostas para todas aquelas perguntas que não quiseram nos responder.Encolhe a nossa ousadia. Nossa busca pelo que queremos compreender. Encolhe junto a inocência! Ah! A inocência... Poder olhar um casal apaixonado se beijando e achar absolutamente normal... Sentar no colo dos adultos sem nem pensar que eles seriam capazes de tanta crueldade com as crianças... Certa vez viajamos para Campos do Jordão e minha mãe comprou-me um pulôver de frio bem felpudo e quentinho cor de vinho... Se eu o usei foi uma vez só. Guardava-o para um momento especial, mas, o que é momento especial para uma criança? Certa tarde eu estava em casa e minha mãe tinha ido até a minha avó. Eu estava sozinha e me sentindo dona da situação, é claro! Nisso a campainha soou e eu fui verificar pela janela quem estava tocando. Era um menino da minha idade mais ou menos, uns 6 ou 7 anos, de camiseta e um shortinho. Ele era magricela e estava todo encolhido pois fazia muito frio. Perguntou-me se eu teria um pedaço de pão para ele. (Naquela época, um pedaço de pão era extremamente comum de se pedir e usavasse sómente para comer). Fiquei com muita pena e disse que eu não tinha um pedaço de pão. Então perguntei se ele estava com frio. Ele afirmou. Disse-lhe que esperasse um pouco e fui correndo para o meu quarto pois o "momento especial" chegara e peguei meu pulôver novinho. Desci saltitante as escadas e entreguei para aquele menino que o recebeu com uma cara de espanto e alegria ao mesmo tempo. Colocou-o imediatamente e eu perguntei se o frio tinha ido embora. Ele sorriu e disse que sim. "Que Deus te abençõe!" foi sua resposta, virou as costas e saiu feliz da vida. E Deus me abençôou mesmo. Isso chama-se compaixão. Onde ela está nos dis de hoje? Quando minha mãe chegou, fui contar para ela de meu feito extraordinário e cheia de orgulho. Levei uma das maiores broncas da história de minha vida. "Você tem noção do quanto custou?" "Você não pode ficar dando qualquer coisa para essas pessoas" "Teu pai vai ficar uma fera!". Meu pai não ficou uma fera. Lembro que ele sorriu e disse para não fazer isso de novo. Acho que ele entendeu minha intenção infantil. E querem saber? Até hoje não me arrependo de ter dado aquele pulover para o menino. Eu agradeço a Deus por ter deixado em mim uma parte daquela menina sardenta, com grandes olhos castanhos e cheia de imaginação. Não a deixei morrer. Ela renasce comigo a cada dia que amanhece. Hoje pintamos nossa sala e aquela menina voltou. Voltou empinando o pincel para pintar o rosto de meus filhos e depois fugir para não ser pintada... Claro que com 45 anos e eles na faixa dos 18 me pegaram rapidinho e fizeram de meu rosto uma aquerala amarela. Quer saber? ADOREI! São momentos assim que ficarão em nossos corações. Nestas horas, nossas crianças tem que tomar conta de nossos corações... Elas devem resistir ao tempo... Elas foram nós. Seus perfumes ainda exalam de nossas almas, basta deixá-las surgir!

Presente de meus filhos....

Nessa mania de vídeos, qual não foi a minha surpresa ao ver que meus filhos fizeram um vídeo para mim?! Estou orgulhosa! Obrigada meus amores....

Para Mamãe...

Uma forma carinhosa de dizer o quanto esta mulher significa em minha vida! Através dela eu aprendi a ser uma pessoa melhor e por ela quero continuar melhorando sempre! Obrigada Mãe!

Para Meus Filhos!

Uma pequena lembrança que fiz para meus filhos.... Amo Vocês!