terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Momentos hilários de 2011.

Não posso me furtar de relembrar alguns dos meus Top Moments de 2011 e aqui seguem algumas recordações:

Em pleno janeiro de 2011:

Estou eu deitada na cama aguardando a tão sonhada cirurgia para retirada do osso de meu dedo mindinho quando me entra a enfermeira sorridente e com um canetão preto enorme perguntando qual pé eu iria operar. Respondi que era o esquerdo. Ela me estende a caneta e pede para eu escrever um enorme “NÃO” no pé direito. Comecei a rir descontroladamente achando que fosse uma brincadeira de boas vindas do Hosptal São Camilo quando percebi a seriedade com que a enfermeira me encarava. Lentamente acalmando minhas gargalhadas olhei para ela e disse: - Você ta falando sério?, ela respondeu: - A menos que você queira arriscar a sair sem o mindinho do pé errado... . Rapidamente peguei a caneta e escrevi uns três ou quatro “NÃOS” no pé direito para evitar o pior!

Já no CTI surge o anestesista (belíssimo por sinal) que me explica os pormenores da sedação: - Dna. Miriam, vou aplicar uma injeção na sua veia e a senhora provavelmente nem se lembrará de tomar a “Raqui” na coluna, mas, se a senhora lembrar, não se lembrará se sentiu ou não dor.
Em seguida ele me aplica a sedação e começo a ver as manchinhas do teto fazerem um tour pela sala. Já em estado um pouco anormal olho para o anestesista e digo: Doutor, as manchinhas do teto criaram vida e estão passeando pra lá e pra cá (risos)... Me diga uma coisa... eu irei lembrar do senhor? Porque se tem uma coisa que não quero esquecer é de seu rosto... vai ser bonito assim lá na PQP! (eu disse isso pro anestesista!!!). Ainda perguntei se ele era casado, namorava ou se estava a disposição... Graças a Deus depois eu dormi... eu acho, pois não lembro de mais nada, só de acordar e rezar para não ver o homem mais na minha frente.

10 de março de 2011, meu aniversário e lá vou eu para o serviço. Dentro do ônibus, acabo de entrar e olho para o motorista dizendo: Hoje o senhor vai me deixar ir de graça, pois é meu aniversário... (brincando, claro!)... no que ele responde olhando para meu corpinho enxuto: Se a senhora conseguir passar por debaixo da catraca, beleza! – Nota: Nunca mais peguei o ônibus com esse motorista. (eu e minha BOCA GRANDE!)

Abril de 2011, indo ver sapatos ortopédicos para poder ir trabalhar com algo menos ridículo do que um tênis. Entro na loja como sempre desengonçada. A moça me atende e explico como deve ser o sapato receitado pelo médico. A moça procura, mas não encontra nada que esteja dentro das especificações médicas, porém, vendo minha total falta de agilidade em caminhar, pergunta se não seria aconselhável usar uma bengala como apoio. Eu a olho de cima a baixo e com um ar de desdém respondo com o orgulho ferido: Claro que Não! Posso me equilibrar muito bem! – no que me viro para sair da loja tropeço num banco e tento me apoiar numa cadeira de RODAAAAASSSS. Conclusão, me estatelo inteirinha no chão e acabo saindo com uma bengala de R$ 9,00... a mesma que uso até hoje. (Nunca cuspa pra cima, viu?)

Obviamente a idade não me permite lembrar de todas as minha pérolas, mas prometo que se me lembrar de mais alguma eu a repasso pra vocês ta? (Mas a do anestesista foi a pior)
Beijos

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Aprendendo...



Pois é, retornei depois de uma longa ausência e peço que me perdoem por isso, mas alguns problemas que não estavam sendo contabilizados em minha vida resolveram dar o ar da graça, o que me desestabilizou  bastante. Não que seu seja uma pessoa muito estabilizada, confesso, mas atualmente devo admitir que ando muito desequilibrada "L I T E R A L M E N T E" falando, ou seja, “Ipsis Litteris” (para quem desconhece esta palavra aqui segue uma definição, afinal meu blog também é cultura: Ipsis litteris  é uma expressão de origem latina que significa "pelas mesmas letras", "literalmente" ou "nas mesmas palavras". Utiliza-se para indicar que um texto foi transcrito fielmente.)
Como diz aquele ditado: Nada é tão bom que não possa ficar pior!!! Sinceramente esse ditado vai um pouco contra minha filosofia de estar sempre muito bem e cada dia melhor, mas diante das circunstâncias, não vejo outro ditado que defina tão bem minha atual situação.
Em janeiro, como vocês sabem, fiz minha cirurgia que corrigiu aquele MPP (Mal Perfurante Plantar), que me infernizou durante quase 30 anos de minha doce existência e foi com uma alegria quase eufórica que me despedi do osso do meu quinto dedinho mindinho do pé esquerdo. Alguns dias de bengala para reaprender a andar com um osso a menos, e lá estava eu, feliz da vida, caminhando novamente com sapatos nos dois pés, coisa que eu não fazia há anos!
Porém, mais ou menos em Junho, comecei a sentir algumas vertigens que estavam me causando uma ligeira preocupação, até que um dia, em plena plataforma do metrô Tucuruvi, me vi paralisada e sem coragem de seguir em frente, pois tinha a impressão que eu me estatelaria no chão tamanho o desequilíbrio que senti.
Diante disso comecei uma via sacra para descobrir a causa deste desequilíbrio que começaram com algumas ressonâncias magnéticas, exames otoneurológicos e etc. Ainda estou nessa via crucis e, adivinhem? Estou andando de bengala que facilita meu caminhar desengonçado.  
Diante nisso fico pensando o que a vida quer comigo? Durante trinta anos eu não pude caminhar direito em virtude do machucado no pé e agora que ele foi definitivamente corrigido, me vejo novamente com dificuldade para caminhar por causa do desequilíbrio... Confesso que várias vezes me peguei chorando aos borbotões por achar uma grande injustiça de Deus ter que viver mais este Karma em minha vida e cheguei a rezar pedindo que Ele “me ERRE” de vez em quando, mas no fundo eu sei que alguma lição deve existir nisso tudo, só não descobri ainda QUAL É!
Tenho cá com meus botões, refletido a respeito e andei chegando a algumas conclusões. Acho que quando a gente está passando por esses estresses que a vida inevitavelmente nos força a passar, reagimos com pesar, desmotivação e, diria até com desespero (que foi um dos patamares no qual eu cheguei em algumas horas), e que uma das lições a serem aprendidas acima de qualquer outra, é a de NUNCA perder a esperança de dias melhores. Nesses momentos de altíssimo stress, encontrei pessoas maravilhosas que souberam entender minhas limitações, pessoas que me encorajaram a seguir em frente, outras que só se calaram e ouviram minha queixas, outras ainda que suportaram minhas lágrimas me oferecendo um abraço acolhedor que há muito tempo eu não tinha. Encontrei ainda, pessoas que facilitaram minha vida e muito, outras que aprenderam com meu sofrimento a serem mais tolerantes e, o que me fez repensar minhas atitudes definitivamente, foi o amor, o carinho, a companhia, a devoção e o afeto de meus pais e de meus filhos, companheiros de uma vida inteira. (momento lágrimas... claro que estou chorando!)
Não tenho palavras que possam definir meus sentimentos a essas pessoinhas tão especiais que deram muito de si para receber tão pouco de mim! Um “muito obrigado” apenas, não irá esvaziar todo o reconhecimento e amor que trago em meu peito pelas constantes compreensões que tiveram de ter comigo em momentos tão árduos. Não existem adjetivos que traduzam o que sinto em relação a essas quatro pessoas em especial pois foram elas que me seguraram para não cair, que me acompanharam para fazer exames, que toleraram minha insensatez, meu desânimo e minha tristeza. E é por essas pessoas que estou me tornando um ser humano melhor. Não importa que eu ande de bengala ou muletas pelo resto de minha vida, desde que essas pessoas estejam sempre ao meu lado... É por elas que eu vivo e é delas que eu vim... Quando eu voltar para minha outra casa, sei que estarei curada e é isso o que importa.
Mãe, eu amo você.
Pai, eu amo você.
Lu, eu amo você.
Ti, eu amo você.
E, como diria Forest Gam: Isso é tudo que tenho a dizer sobre esse assunto.
Um abraço!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Exigências para quando eu morrer.

Na boa! Na boa mesmo... Quando eu me for desta para uma melhor, tenho algumas exigências que devem ser cumpridas...
Porque estou falando em morte? Porque eu topei com um blog que o autor havia morrido em maio deste ano e isso me impressionou o suficiente para perceber que para morrer basta estar vivo, então, mãos a obra esclarecendo pontos obscuros sobre minha futura morte. (e que seja futura mesmo!!!!... aliás, beeeeeeemmmm futura!)
Continuando...
Em primeiro lugar, o caixão!
Gente! Eu vou estar morta, portanto, sem essa de comprar um caixão de madeira maciça, banhado em ouro com alças em prata, estofados forrados de seda da Birmânia, bordados por freirinhas manetas de MachuPichu e envoltos por penas de gansos híbridos migrados da Eslováquia, ok? Ou seja, cabendo este meu corpinho sexy serve qualquer porcaria!
Em segundo lugar, lacrado!
Sim, PELO AMOR DE DEUS! LACREM ESSA JOÇA! Ninguém merece me ver inchada feito uma leitoa às vésperas do Revellon! Pode até ser que eu caia na graça do coveiro e seja uma defunta simpática, mas, mesmo assim, imploro: LACREM O CAIXOTE!!! Se não sou bonita viva, imaginem morta?! Até os mortos tem vaidades, tá? Portanto priorizem este item!
Em terceiro lugar, sem velório!


É isso aí! Detesto ver chororôs e não vou gostar disso em meu velório! Aliás, não entendo a existência de velórios... As pessoas dizem que vem pra dizer "Adeus" pro morto, mas, cá entre nós, o morto não está morto??? Concordam que ele não vai levantar do caixão e falar: "Oi fulano!!! Que bom que veio aqui se despedir de mim... não poderia ir para o descanso eterno sem dar um abraço em você, hein?"

Consequentemente essa desculpa de "despedir-se do morto" não cola! Quer se despedir? Reza um Pai-Nosso e mentalize o morto feliz da vida (ou da morte), vivinho, saudável e no meio de um jardim cheio de flores coloridas que será bem melhor pra ele.
Em quarto lugar: sem velas.
Velas me lembram velórios e como o item anterior deixou claro a ausência dessa cerimônia, também ficam dispensadas aquelas velinhas ao lado do caixão! Deprimente! Preferiria uma luz stroboscópica que deixaria o ambiente bem mais animado, mas acho que é proibido. Enfim, nem todos nossos desejos podem se tornar realidades, não é?
Em quinto lugar: sem flores.
Odeio flores! Sempre odiei ganhar flores de presente pelo único motivo que elas morrem e o presente vai por água abaixo! Falo que se quiserem me dar flores, que sejam flores plantadas em vasos para que não morram... Isso não significa que deverão encher meu caixão de terra e jogar sementes de girassóis para que cresçam lá dentro junto comigo, tá? Acontece que não consigo me ver coberta de flores e só com as mãozinhas e o rosto aparecendo no meio de um montão de flores! Tenho claustrofobia e floresfobia, portanto só me cubram com um lençol ou uma mantinha (preferência para a mantinha, pois sou friorenta!) que já está de bom tamanho!
Em sexto e último lugar: CREMAÇÃO!!!
Odeio sentir frio! O frio me assusta e pensar em ficar num buraco escuro e gélido sendo devorada por vermes é a última coisa que quero sentir, ULTIMA COISA: LITERALMENTE!!! Assim sendo opto por um forninho básico com um calorzinho aconchegante, mesmo porque serei muito mais útil em cinzas do que apodrecida debaixo de um buraco cheio de baratas (ai que meda!... odeio baratas.)
Quero ter um pos mortis biodegradável... ou seja, poderei virar comidinha de peixes se jogarem minhas cinzas no mar ou adubo para as plantas se jogarem as cinzas num jardim!!! SÓ NÃO QUERO VIRAR ALIMENTO DE VERME E DE BARATA OK?
Para não ficar uma cerimônia muito sem graça já que não vão deixar iluminar tudo com a strobos, podemos tocar algumas musicas enquanto o caixão baixa para meu forninho básico e aqui seguem algumas sugestões:
- Perhaps Love! - John Denver
- The Show Must Go On - Queen
- I Wanna Be Free - The Monkees
Pensei também num Funk, mas não sei se cairia bem.... (brincadeirinha, viu?)
Bem, a listagem de músicas poderá sofrer alterações, uma vez que até o dia de minha morte (e que demore muuuito), deverão surgir mais opções a serem levadas em conta!
Uma apresentação tipo um pps com algumas das minhas peraltices também seria de bom tom, eu acho. Animaria um pouco a tchurma!
Acho que é tudo! Isso me tranquiliza bastante. Ler um blog cujo autor que devia ter minha idade morreu há alguns meses atrás pode dar uma inspiração daquelas, concordam?
Fuuuuuuuuuuiiii..... mas volto!...................................espero.
P.S.: Taí Geiza!!! As nuvenzinhas se foram, viu???

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Orfãos de pai vivo!

Eu pago para não ter que entrar em uma briga. Odeio discutir, brigar. Não gosto e evito ao máximo qualquer situação que me obrigue e me desentender com alguém. Até aquelas ligações para operadoras de telefonia eu evito para não me aborrecer, pois eu realmente detesto brigar e sei que é quase que inevitável uma discussão quando se liga para um desses lugares.

Certa vez eu vi um pps que contava mais ou menos a seguinte história: Um casal dirigia a noite a caminho de uma festa e em determinado momento o marido que estava ao volante falou para a esposa: - Agora a gente vira a esquerda, ao que ela retrucou: - Não! É a direita! E ele contestou: - Não! É a esquerda mesmo. E seguiu na direção que ele achava ser a correta. Lá na frente, percebendo que havia cometido um erro, cobrou de sua esposa: - Se você tinha tanta certeza de que era a direita, porque não me impediu? Ao que ela respondeu: - Se eu insistisse você ficaria nervoso e brigaríamos, portanto eu optei por ser feliz ao invés de brigar com você!

Essa tem sido também minha opção desde minha separação. Eu sabia que se insistisse no pagamento das pensões, nós brigaríamos sempre e resolvi ser feliz. As crianças foram crescendo e eu fui me virando, aperta daqui, segura dali e vamos que vamos... Tendo arroz, feijão e ovo ta bom demais...

Eu e os meninos já passamos por situações muito difíceis do tipo ir fazer compras no hipermercado e descobrir que estava sem saldo na conta corrente, pois caíram cheques que não haviam sido contabilizados. Ou parcelar dois pares de tennis em 10 vezes porque os tennis dos meninos estavam em total estado de decomposição.

Lembro-me de uma vez que meu filho ficou doente e precisava de remédio. Eu tinha apenas R$ 30,00 e não podia gastar nada além disso, conseqüentemente, eu caminhei por quase dois quilômetros atrás de uma farmácia mais em conta para poder medicar o menino e economizar na condução.

Cheguei a ter tendinite no tornozelo em função de longuíssimas caminhadas para poupar alguns reais que seriam gastos caso eu utilizasse o transporte público.

Hoje eu vejo tudo isso com um orgulho muito grande. Sinto dentro de mim que fiz e estou fazendo a minha parte na formação desses dois homenzinhos que começam a caminhar com seus próprios pés.

O que infelizmente me corrói por dentro, é a indiferença que o pai desses meninos tem em relação a eles. Na metade do ano meu caçula, o Tiago, passou na FMU em biomedicina. Eu não tinha dinheiro para pagar sua matrícula e pedimos ao pai que prometeu arrumar esse dinheiro até junho. Atualmente estamos em agosto e não tivemos mais notícias dele nem para dizer que não teria como ajudar o filho. Óbvio que me virei... fiz um empréstimo e paguei a matrícula do menino.

Quando o Lucas esteve internado conforme eu descrevi em O dia em que minha alma emudeceu 1, o pai prometeu que quando ele saísse do hospital, pagaria natação para fortalecer o pulmão. Isso já vai pra 6 anos e até hoje o Lucas aguarda essa natação.

Se, ao menos, ele fosse um pai presente, que ligasse todas as semanas para saber como estão os meninos, mas nem isso! E ainda, as raríssimas vezes que ele liga, reclama que está doente ou ferrado de grana já para nos intimidar, ou seja. “Não estou bem e estou sem dinheiro, então não me peçam nada!”.

Aí, quando eu me estresso e escrevo que meus filhos são órfãos de pai vivo ele se ofende dizendo que nós só damos valor a ele pelo dinheiro que ele nunca tem?

Peraí! São 12 anos de separação... não são 12 meses, nem 12 semanas, são DOZE ANOS DE SEPARAÇÃO sem NUNCA, REPITO, NUNCA, ter contribuído mensalmente com nada e nem por isso nós o colocamos na cadeia. Nunca ligou para saber se o Lucas precisava de Combivent ou Miflonide (medicação que meu filho tem que tomar ininterruptamente para a asma). Quando liga no aniversário dos filhos reclama que os meninos não ligam para ele... por que será hein? Se eu fosse uma filha e tivesse um pai que não dá a mínima pra mim, provavelmente também não ligaria para falar com ele, concordam? Aliás, essa era uma grande reclamação dele quando éramos casados, a de que o pai (meu ex-sogro que Deus o tenha em bom lugar, pois era um homem decente!) não ligava para ele, ou seja, a vida se repete. A lei do retorno é implacável.

Não valorizo o quanto pesa! Valorizo o homem cujas sementes são regadas e cuidadas com carinho. Admiro o homem que tem comprometimento com seus filhos e comprometimento não significa dinheiro no bolso, mas amor nas atitudes. Amor de pai, presença de pai, consciência de pai! E infelizmente isso tudo lhe falta aos baldes...

A lei do retorno é implacável, eu já disse e a vida dará a ele as respostas que ele merece ter.

Desculpem o desabafo, mas eu precisava!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Antes não tivesse levantado da cama!

A minha noite já não foi uma das melhores... acho que estava intuindo que meu dia seria repleto de pequenas catástrofezinhas...
Acordei inúmeras vezes durante a noite, pois estava preocupada (e com razão) com essa droga de inspeção veicular uma vez que meu carro estava com problemas de super aquecimento. Isso porque eu o tirei da oficina na quinta feira passada. Na sexta fui levar meu filho Lucas para o serviço e o carro ferveu. Voltei pra casa e levei o Tiago (outro filho) para a entrevista de emprego no qual ele foi aprovado, graças a Deus, e o carro ferveu de novo. Fim de semana, meus filhos foram até o Shopping D e adivinhem? O carro ferveu mais uma vez...
Apesar dos insistentes avisos do Lucas em levar o carro pra oficina na segunda feira uma vez que a inspeção veicular seria na quarta (hoje), achei uma boa idéia não dar ouvidos a ele e seguir minha intuição. Descobri que ela nem sempre funciona! Aliás, comecei a desconfiar disso quando me vi virando de um lado para o outro da cama sem conseguir pegar no sono até que às 3 horas da matina desisti de tentar e vi o dia clarear...
Como o posto onde seria feita a inspeção era próximo ao local onde o Lucas trabalha, resolvi dar-lhe uma carona. Chegando em seu serviço, percebemos que a água do carro começava a borbulhar, mas ainda não estava fervendo.
Como estava cedo achei conveniente parar o carro e aguardar que ele esfriasse até dar o horário da maldita inspeção.
Pontualmente às 08h12 dei entrada no posto. O rapaz solicitou que eu ligasse o carro e aguardasse do lado de fora... tive um ímpeto de avisar-lhe que se fizesse isso a água do reservatório começaria a ferver e esguichar para todos os lados, mas me contive.
Dito e feito: Alguns minutos com o carro ligado e a água esguichou e uma fumaceira enorme começou a sair do motor.
Logo fui chamada e informada que o veículo tinha sido reprovado. Só por causa de uma fumacinha de nada??? Pessoal intolerante esse, viu?
Entrei no carro guspindo fogo, mesmo porque sabia que ia ouvir um monte de "Eu te disse", "Eu te avisei", "Eu bem que falei" do meu filho.
No caminho de volta resolvi parar no Carrefour a fim de sacar algum dinheiro e comprar algumas coisas pra fazer pro almoço. Chegando lá dei de cara com a máquina do BB quebrada... Como havia levado algumas moedas para o serviço ontem a fim de trocar por notas, eu sabia que tinha uns R$10,00 em moedas na carteira, portanto, lá fui eu às compras.
Comprei 3 molhos pomarola e um pacote de macarrão parafuso. Fazendo as contas de cabeça, isso tudo daria uns R$6,00 mais ou menos. Passei no caixa e confirmei R$ 6,75... Puxa! Que bom! Deu o dinheiro!
Fui trocar o ticket do estacionamento e a mocinha me informou que agora eles eram trocados no balcão de fora. Alegremente fui eu e o ticket até o balcão e descobri que agora existe limites de compra para não pagar estacionamento no Carrefour, ou seja, eu deveria gastar no mínimo R$ 10,00 em compras para ter direito a estacionamento gratuito. Conclusão: Devia pagar mais R$ 4,00 de estacionamento... Fui até o carro e comecei a contar as moedas para ver se eu tinha os R$ 4,00 e, com a graça do Pai, eu tinha. Voltei no balcão e paguei o maldito estacionamento jurando para mim mesma NUNCA MAIS, NUNCA MAIS, NUNCA MAIS E, pra ficar bem claro: NUNCA MAIS, VOLTAR NESSE AMALDIÇOADO HIPERMERCADO!
Já com as compras e sem nenhuma paciência, retornei para casa com o CARRO FERVENDOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
TODO MUNDO DA AV. MAZZEI ACENAVA PRA MIM AVISANDO DA FUMACEIRA NO MOTOR COMO SE EU JÁ NÃO TIVESSE VISTO AQUELE INFERNO DE DANTE QUE MAIS PARECIA UM VULCÃO ATIVO SAINDO PELO CAPÔ!!!!!!
Cheguei em casa, fiz um café fresco, lavei roupa, recolhi outras do varal, fiz o almoço, assisti o final de um filme que me fez chorar e vim trabalhar.
Nem vou comentar as duas lotações que passaram por mim ignorando meu sinal para que parassem muito menos o elevador do metrô danificado...
Ainda são 16h00... Espero sobreviver até a noite!

E.T.: E para fechar com chave de ouro, depois de 5 (cinco) longos meses.... fiquei menstruada.... AAAAAAAAHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ninguém merece! ¬¬

terça-feira, 26 de julho de 2011

Estado de Espírito

Sim... O estado de espírito é uma das coisas mais importantes dentro de um ser humano. Pelo menos essa é a minha opinião. Acho que o estado de espírito de uma pessoa afeta diretamente seu ambiente e as pessoas com as quais convive.
Pessoas Felizes = Ambiente Feliz
Pessoas Tristes = Ambiente Triste
Claro que isso também não é regra, pois já convivi com pessoas tristes, mas consegui evitar que essa tristeza afetasse o ambiente, no entanto, nem sempre consigo isso.
Faz tempo que não entro neste blog e não publico nada, pois meu estado de espírito não estava dos melhores. Meu filho caçula, o Tiago, estava procurando emprego e isso estava me tirando do eixo, pois gostaria muito que ele conseguisse trabalhar para poder arcar com a faculdade de Biomedicina que ele queria cursar ainda este ano. Já estava tendo que lidar com a maldita culpa por não conseguir arcar com uma faculdade para ele e ainda vê-lo em casa sem conseguir dar um solavanco em sua vida profissional estava realmente me matando. Nessas horas, quando me sinto triste e angustiada, costumo me isolar. Fico sempre mais calada, em meu canto e me permito ter uma abertura espiritual maior, ou seja, entro mais em contato com o mundo de lá. Eu costumo dizer que fico com um pé aqui e outro lá. Com isso eu evito contagiar o ambiente e as pessoas com as quais convivo ao mesmo tempo em que me abasteço energeticamente para conseguir vencer essa etapa.
E é nesse estado de espírito que estava nesses dias em que este blog ficou parado. É um dos momentos impares nos quais me fecho aqui e me abro para lá.
Diálogos com um mentor espiritual é algo quase que ininterrupto (puxões de orelhas também). Recheio meus dias e minhas noites com orações, meditações, pensamentos e radiações positivas que vão e voltam com uma intensidade assustadora.
O Evangelho passa a ser meu livro de cabeceira e todos os dias o abro aleatoriamente para ver qual será a lição do dia onde paciência, humildade, virtudes, pobreza, resignação e perdão são sempre as maiores dicas que o Evangelho me dá.
Nesse estado de espírito, óbvio que minha sensibilidade já tão aguçada, fica mais apurada e é absolutamente normal ver e ouvir o que ninguém mais consegue nem ver e nem ouvir, o que chega a causar certos constrangimentos como responder a um “oi” que não veio daqui e sim de lá fazendo com que todos fiquem te olhando com aquela cara de “Ta falando comigo?”.
Finalmente meu filho conseguiu seu emprego e voltei a por meus dois pés no mundo de cá deixando explícito meu agradecimento por toda a força recebida nesse período. Tudo bem, a faculdade vai ficar para o começo do próximo ano, mas já é um excelente começo!
Hoje foi seu segundo dia de trabalho e esta mãe coruja começa a sentir na pele que as asinhas do meu caçula já o estão fazendo voar mais alto. Com orgulho explodindo dentro do peito sinto que fiz parte de mais essa etapa na vida de meu filho.
Agora estou pronta para arregaçar as mangas e colocar este blog para funcionar novamente.
Detalhe: Fiquei sabendo que meu filho já tem até apelido lá onde ele trabalha: Harry Potter e Cacá.... vai ter filho bonito assim lá longe né?

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Sonho que eu tive.

Ontem eu tive um sonho. Sonhei que era de noite e que eu ia sair para algum lugar, não sei qual e estava me despedindo de meus filhos.

Eles ainda eram pequenos, 10 e 8 anos mais ou menos. Eu Dizia para eles “Olha, eu vou, mas volto. Só não sei a que horas, ta?”

Depois disso saí de casa em direção ao ponto de ônibus. Chegando lá, deparei com uma lua magnificamente majestosa! Era uma lua bem grande e meia rosada. Nunca havia visto a lua daquele jeito e pensei: “Os meninos precisam ver esta lua!” ao mesmo tempo disse a mim mesma “Não vou ligar para eles só para lhes pedir que olhem pelo vitrô da sala e vejam a lua! É ridículo!”. Logo em seguida,porém, me veio o seguinte pensamento: “E se eu não voltar? E se acontecer alguma coisa que me impeça de ver meus filhos pelo resto de minha vida?”... diante desse pensamento peguei meu celular e liguei para eles pedindo que olhassem a lua do vitrô da sala, pois ela estava simplesmente linda! Os dois olharam e ficaram felizes de verem a lua, pois eles também nunca a tinham visto tão linda e com aquele tom rosado. Mais tranqüila de ter-lhes dito sobre a lua, embarquei no ônibus, mas nunca mais voltei a falar com meus filhos... Só lembrava de ter-lhes pedido para olhar a lua e que eles teriam sempre esta lembrança de mim.

Acordei com o rosto molhado de lágrimas! Por alguns instantes agradeci a Deus por ter sido apenas um sonho! Ainda com as lágrimas descendo pelo rosto, fui até o quarto dos meninos e os vi ali dormindo tranqüilos. Dois homens já! Respirei fundo e fui tomar um copo de água.

Voltei para o quarto e lembrei de agradecer a Deus por estar viva! Por estar ao lado dos dois homens que eu criei e pedi perdão por todas as vezes que reclamei dessa mesma vida a qual agora me parece ser o maior presente de Deus!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Até paciência tem limites!!!

As pessoas que me conhecem sabem bem que sou muito fácil de se conviver, fácil mesmo. Dificilmente levo meus problemas pessoais para o trabalho ou fico reclamando as minhas dificuldades pros quatros cantos do mundo. Sempre fico na minha e tento deixar o ambiente onde eu convivo em alto astral, mas ultimamente tenho que admitir que minha paciência está limítrofe! Odeio me sentir assim e começo a repensar meu futuro bem como minha atual lotação. Aos amigos peço orações... a meu anjo da guarda inspiração! E à minha própria consciência paciência e compreensão afinal nem todos são iguais a mim não é mesmo?!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

GPS online!

Eu sou uma pessoa cuja localização topográfica é um verdadeiro pandemônio. Norte, Sul, Leste e Oeste, esquerda, direita, frente e traz são soluções insolúveis para mim. Para me mostrar um caminho tem que ser apontando o dedo e olha lá, ainda sou capaz de errar. Se você estiver na Av. Paulista e me perguntar como fazer para ir para a Av. Brigadeiro Luiz Antonio, eu não saberei responder. Sei que é pelas redondezas, mas como chegar lá, só Deus sabe.



Hoje, logo pela manhã, meu filho liga dizendo:


- Mãe, vim trazer um funcionário aqui no terminal Barra Funda e agora estou na Marquês de São Vicente, você sabe como eu faço para voltar para a Engenheiro Caetano Alves?


- Não. (resposta curta e grossa, afinal ele me acordou) Pergunta pra alguém...


- Mas to no meio da avenida, não dá pra parar e perguntar...


- Problema seu... eu nem faço idéia de onde você está.


- Mas se você olhar no Google maps vai ajudar...


- Era só o que me faltava, acordar e ter que te guiar pelo Google... ta me zoando?


- Deixa quieto, eu me viro (muito puto!)


Desliguei o telefone, mas já não consegui dormir afinal, mãe é mãe e apesar dos impropérios que falei, estava preocupada com ele. Logo em seguida ele liga de novo.


- Mãe, o Tiago ta aí?


- Ta dormindo... TÁ LUCAS, VOU VER NO GOOGLE MAPS, TE LIGO! Onde você ta?


- Na Rua Sergio Tomaz


Bati o telefone muito brava e fui encher minha caneca de café para despertar e voltei ao Google maps digitando Av. Marques de São Vicente. Liguei de volta:


- Ok, Você ta na Sérgio Tomaz?


- Não, agora já to na Rua Matarazzo com dois “zs”


- Não tem Rua Matarazzo!


- Mas eu to nela.


- MAS NÃO TEM ESSA RUA NO GOOGLE!


- Mas tem uma praça aqui do lado!


- To vendo a praça, mas não to achando a RUA MATARAZZO!


- Ta, eu vou mais pra frente então.


Esperei


- Mãe, agora eu to na Rua Nilton Prado.


- Ta, vira a direita e entra na Barra do Tibaji... (eu não fazia idéia do que estava falando)


- Entrei


- Agora entra na Rua da Graça a sua esquerda


- Entrei


-Agora segue em frente


- To seguindo.... ih! Agora to na Rua três Rios


- Lucas! Eu mandei seguir em frente!


- Eu segui


- NÃO! VOCÊ ENTROU À ESQUERDA!


- Tá mãe! Parei o carro!


- Espera aí!


Foi quando resolvi fazer o trajeto pelo google da Rua Três Rios para a Engenheiro Caetano Alves.


- Lucas, segue em frente e vira a esquerda na Rua Prates...


- Tá, to indo... Achei, viro a esquerda?


- É


- Beleza! E agora?


- Agora você vai entrar na próxima a esquerda que é a Guarani.


- Achei... To nela...


- Agora segue em frente.


- Passei a Joaquim alguma coisa...


- É isso, continua você vai ver mais uma travessa e entrar na outra a esquerda que é a Silva Pinto.


- Peraí, to no farol! Ih mãe, tem uma bifurcação, não sei onde estou...


- Eu falei pra entrar a esquerda na Silva Pinto


- Ah ta! To nela... ufa!


- Ok agora segue em frente nessa rua. Você vai cruzar a Rua da Graça...


- Cruzei


- Agora você vai cruzar a José Paulino.


- Beleza... Cruzei


- Continua... você vai cruzar a Aimorés e segue em frente... você deve passar por uns, acho que é trilhos de trem...


- Ta, to indo... São trilhos mesmo, to passando.


- Agora a Silva Pinto, vai virar Alameda Nothman, segue em frente....


- Passei por uma Cleve... alguma coisa


- Cleveland, ta certo... continua em frente... a próxima é Dino Bueno, segue em frente.


- To indo... Agora passei a Barão alguma coisa.


- Barão de Piracicaba... na próxima vc entra a direita... é a Av. Rudge. Seguindo nela você vai cair na Ponte da Casa Verde.


- To nela... legal!!!. Tem uma pontinha lá na frente...


- Sobe nessa ponte, embaixo devem ser os trilhos do trem...


- É isso aí! Passei. Sigo?


- Em frente, vc vai ver a ponte da Casa Verde.


- Tem uma ponte aqui...


- É A PONTE DA CASA VERDEEEEE! Cruza ela e entra a direita no final para pegar a Marginal Tietê.


- Eu entrei, mas acho que tava proibido pois tem um pessoal da CET. Ah não... era só até as oito horas...


-Ok, pega agora a marginal e segue nela...


- Nossa! Quase fiz uma merda!!! Tava entrando numa rua errada. (ele ia pegar o retorno pra voltar pra ponte, mas percebeu a tempo)...


- Agora permanece na pista da direita e segue em frente... você vai cruzar a ponte do limão... quando cruzar me avisa...


- Beleza... to indo....to chegando na ponte...


- Cruza ela por baixo e segue... provavelmente vc já deve estar vendo o Estadão que fica na Engenheiro Caetano Alves....


- Já Vi! Lindo!!! Agora eu já sei...


- Entra na Avenida do Estadão que já é a Engenheiro Caetano Alves...


- Beleza mãe, agora eu já sei... Valeu, viu? Tchau!


- Tchau!


Conclusão, virei um GPS online para meu filho... Depois de alguns minutos mandei um torpedo para ele perguntando se já havia chegado... A resposta:


“PÔ! VALEU MÃE! DESCULPA O SUFOCO!! OBS.: NÓIS SOMOS PORRETA!”


Filhos...

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A lição da faxineira!

Hoje foi dia de faxina lá em casa. Toda a sexta feira vai pra lá a Maria com seu filhinho Samuel de 5 anos fazer limpeza em meu apartamento. Ela é uma pessoa formidável e sempre que vai até em casa eu aprendo um pouco mais sobre a vida e como encarar os infortúnios.
Ela trabalha com faxina em 2 apartamentos o meu e outro no andar de cima e cobra R$ 200,00 reais por mês de cada um, ou seja, sua renda mensal é de R$ 400,00 reais. Seu filho mais velho, o Elias de 17 anos, trabalha fora e ganha um salário mínimo que é atualmente em torno de R$ 540,00 reais. O atual futuro ex-marido pagava o aluguel para ela de R$ 200,00 reais e dava mais R$ 200,00 reais para as despesas com o filhinho Samuel. Eles não moram junto, pois, como a Maria mesmo disse, não queria ficar a mercê de um marido que tinha mais três filhos de outro casamento tendo de lavar, passar e cozinhar para todos fora cuidar da limpeza da casa com quatro marmanjos, optando assim por ficar em um cômodo e cozinha ela, com o Samuel, seu caçula e o Elias, seu filho mais velho. Como a criança tem um probleminha de paralisia no bracinho esquerdo, a Maria tem direito ao bilhete único para deficiente e acompanhante o que a ajuda a andar no transporte público podendo levar o Samuel para as fisioterapias que ele faz desde que nasceu em virtude do probleminha no braço.
Hoje ela me contou que o futuro ex-marido não pagou o aluguel para eles este mês e que só deu R$ 150,00 reais para o filho com muita má vontade ainda!
Mesmo com toda a dificuldade que ela enfrenta, nunca falta nada para seus filhos que sempre estão muito bem vestidos, muito bem asseados e alimentados. Sempre Samuel tem um brinquedinho novo. Elias anda sempre perfumado e só usa sabonetes Asépxia em virtude de um problema de pele. Quando pergunto como ela vai resolver seu problema, ela me responde: “Deus proverá!” e Ele sempre provê! É admirável a força dessa mulher que chega a caminhar mais de três horas com o filho no colo quando seu bilhete único vence e ela precisa revalidá-lo, o que é uma verdadeira burocracia junto a SPTrans, pois o laudo que justifica o uso do bilhete, nunca está do jeito que a SPTrans quer o que a faz ter de ir e voltar do médico várias vezes até conseguir regularizar a situação.
Nessas horas penso nas pessoas, e me incluo nisso também, que estão sempre reclamando de barriga cheia. Posso não ganhar horrores de dinheiro como meu pai ou minha irmã que já tem uma vida financeira bastante confortável, mas o que ganho me é suficiente. Óbvio que se existem meses em que as coisas não vão bem, é justamente por fazer gastos desnecessários, por exemplo, estou pagando um notebook para o Tiago da HP e uma televisão LCD de 32 polegadas da Sony (absolutamente desnecessário concordam?) o que soma um total de R$ 400,00 reais mensais (o mesmo que a Maria ganha em um mês de faxina). Tenho Internet de 10 mega e TV por assinatura que representa um gasto de 250,00 reais. Também tenho um pacote de três celulares pós pago que representam mais ou menos uns R$ 150,00 reais mensais.
Chega a doer pensar que as vezes fico me queixando que não consigo comprar isso ou aquilo, quando vejo pessoas como a Maria que tem tão pouco mas que fazem desse pouco o suficiente para viverem bem.
Que isto sirva de alerta para todos nós que temos tanto quando outros tem tão pouco mas são muito mais felizes apesar de tudo! Para pensar...


Levando o filho ao Endócrino

Isso aconteceu há uns três anos atrás. Meu filho 
Tiago, o caçula, na época com 14 ou 15 anos, estava muito alto e muito magro, tipo: 1,90 de altura e pesando 62 quilos. Isso me preocupou bastante afinal ele estava abaixo do peso ideal e muito acima do tamanho ideal também (se é que exite tamanho ideal). Ele queria por que queria fazer academia, mas eu não achava uma boa idéia pois o moleque já era magro de dar dó, fazendo academia ele iria desaparecer. Sendo assim, achei muito conveniente procurar uma opinião profissional sobre isso e resolvi marcar uma consulta com um endocrinologista que verificasse se a altura e peso dele estavam compatível com sua idade.
Lá vou eu verificar a listagem de endócrinos e buscar algum que ficasse próximo de um metrô pois facilitaria minha ida até lá. Encontrei um próximo ao metrô Paraíso e lá fui eu e meu filho cumprido querido para a consulta com o médico.
Chegando lá apresentei a carteirinha e fiquei conversando com a Sueli - secretária do Dr. Cláudio. Falei que havia marcado a consulta, pois meu filho estava alto demais e que aquilo me preocupava afinal não é nada bonito um grandalhão de 2 metros de altura e ele já estava com 1,90.
Acabei da falar isso me abre a porta do consultório e me aparece o Dr. Claudio (o endócrino). Ele deve medir uns 2.05 de altura...
Medi ele de cima a baixo e já fiquei imaginando a desculpa esfarrapada que eu daria por ter levado meu filho ao médico. Nem bem pensei e ele já nos chamou para dentro do consultório médico. 
Foram os segundos mais longos que eu já vivi... Sentamo-nos diante dele e veio a perguntinha terrível: - O que os trazem aqui?
Mil idéias fervilhavam a minha mente e quando eu fico assim, nada se aproveita. Ainda com os olhos esbugalhados diante da altura do médico, só pude balbuciar: - Doutor, eu vim aqui porque meu filho está alto demais. (não achei nenhuma outra desculpa plausível)
O médico olhou o Tiago e respondeu: - Eu não acho! - claro que não achava, ele era maior que meu filho!
Dei uma risadinha sem graça e ele então começou a medir e a pesar o Tiago.
Eu querendo cair na graça do médico disse-lhe que o Tiago era ruim para se alimentar pois não comia verduras e nem legumes.... e ele respondeu olhando pro Tiago: - Deixe os legumes e as verduras para sua mãe, pois ela é que precisa comer isso...(QUE ÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓDIOOOOOOOO!)... você tem que se alimentar de muitos carboidratos.
O Tiago olhava para mim com um sorrisinho devastador... eu devia estar roxa de raiva! Naquele momento imaginei que o médico deveria ter me ouvido dizer para sua secretária sobre "um grandalhão de 2 metros não ser nada bonito".
Diante disso resolvi desafiá-lo e me consultei para uma dieta. Na época estava pesando apenas 78 quilos e já me achava obesa mórbida e necessitava apenas perder meros 8 quilinhos...
O tempo foi passando e fui tendo uma série de outros problemas que fizeram os 78 se tornarem 88 e depois 98... A culpa sempre foi da cortisona, pois eu não comia "quase nada" - bela desculpa de gordinhos! Dr. Claudio sempre me recebeu com cordialidade apesar do contratempo referente a altura do Tiago que hoje mede 1,93 e pesa 75 quilos, um verdadeiro atleta!
Semana passada voltei lá e ele me questionou novamente: - Tomando muita cortisona?.... (será que ele percebeu meus quilinhos a mais??). De qualquer forma subi na balança de costas para não ver o desastre total no que fui absolutamente compreendida por ele, mas pude perceber que a coisa estava feia pela cara que ele fez!
Orientada a deixar a cortisona e com uma dieta de 1200 calorias, saí de lá acreditando que dessa vez vai dar certo... 
Quanto ao Tiago, nunca mais levei em endócrino nenhum, afinal, ninguém merece, né?

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Homenagem a Arthur da Paz

Pessoal... já li muitos post maravilhosos, mas este, eu fiz questão de postar aqui. Leiam a história desse rapaz que consquistou meu coração: "Como me tornei Espírita".
Parabéns Arthur pela paz que vc transmitiu neste relato simples e tão cheio de amor!
Abraços!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O dia que minha alma emudedeu - Parte Final

As coisas caminhavam devagar, mas sempre em frente. O Lucas finalmente havia voltado para nós para a alegria de todos, inclusive de meus amigos da Prefeitura que comemoravam seu retorno. Se eu compartilhei notícias tão ruins com a Mamá, tinha que trocar notícias boas também. Mas sempre que ligava para ela, era uma troca de lágrimas, só que agora positivas. Agradecia sempre pelas orações que todos fizeram para meu filho e pedi que continuassem, afinal ele ainda estava hospitalizado. Sua cama começou a ficar inclinada, pois depois de muito tempo na posição horizontal, se fazia necessário começar a inclinar a cama para irrigação cerebral de sangue.
Percebia que ele tinha muito medo de ficar sem ar de novo. Estava sempre olhando os aparelhos com receio de voltar com a insuficiência respiratória. Percebi que ele não fazia a menor idéia do quanto demorou seu tratamento e que não tinha sido da noite para o dia como ele pensava. Contei-lhe que ele estava em coma há quase 10 dias. Já era dia 22 de junho e pedi que olhasse o calendário que tinha no leito. Ele arregalou os dois olhos! Não acreditou que já havia se passado tanto tempo. Expliquei que ele ficou em coma e que nesse ínterim ele foi tratado da asma, portanto, que ficasse tranqüilo afinal foi um tratamento longo, mas, com certeza, duradouro e que agora ele só melhoraria. Isso o tranqüilizou bastante e a mim também. Quando vemos nossos filhos tranqüilos, essa mesma tranqüilidade começa a fazer parte de nossa alma.
Naquele dia, tinha o Jogo da copa Brasil x Japão. Minha mãe ligou pedindo que o Lucas não visse a Copa, pois ela achava que ele havia ficado doente em virtude do nervoso que passou com o jogo contra a Croácia. Nunca consegui convencer ela de que não tinha nada a ver, mas desde aquela época as cornetas foram proibidas em casa. A preocupação de minha mãe com o próximo jogo do Brasil era clara. Ela pedia para não deixar ele ver o jogo, mas foi impossível! Mesmo assim, pedi ao meu filho que não se entusiasmasse muito, mas ele estava bastante tranqüilo e não se exaltou apesar dos quatro gols do Brasil contra o Japão. Aliás, foi engraçadíssimo ver toda a equipe de enfermagem dentro de um dos leitos que estava vago, assistindo o jogo sem poder gritar a cada gol que o Brasil fazia. Nós, eu e o Lucas, nos divertíamos, pois quando saía um gol só ouvíamos um grito GOoooooollll que diminuía consideravelmente de volume depois do “GO”! O cheiro de pipoca começou a invadir toda a UTI e senti muitas saudades de casa.
Nos dias que se seguiram, o Lucas começou a melhorar cada vez mais. Já ficava sentado na cama, mas ainda sentia tontura e não conseguia ficar em pé. Sempre que tentava levantar ele ficava branco que nem papel e tinha que se sentar. Aos poucos ele foi conseguindo ficar em pé com a ajuda dos enfermeiros e foi com o incentivo deles que meu filho recomeçou a andar. Um enfermeiro de cada lado e meu filho dando seus primeiros passos... Emocionante. Ele havia se esquecido de como se anda. Nunca pensei que fosse possível isso acontecer, mas vi que é possível sim, esquecer-se de como se anda. Meu filho colocava um pé bem a frente do outro o que o desequilibrava. Teve que aprender a colocar o pé a frente, mas também ao lado para não perder o equilíbrio. Aos poucos ele foi pegando o jeito da coisa.
O clima estava tão leve na UTI que comecei a aprontar das minhas, claro! Não é a toa que esta blog tem Mico como nome: O Lucas estava sentado na poltrona assistindo TV e eu no sofazinho fazendo companhia. Ele queria fazer xixi e, a toda poderosa mamãe, achou que seria muito fácil segurá-lo e levá-lo até o toilet no próprio leito da UTI, afinal eram apenas alguns passinhos e nada mais.
Meu filho ainda me alertou: “Mãe, tem certeza que você me agüenta?”, e eu: “Claro! Fica tranqüilo, só põe seus braços em volta do meu pescoço e deixa o resto comigo!” Foi uma das piores idéias de toda a minha vida! O Lucas colocou os braços em volta de meu pescoço e eu o levantei. A partir daí a gravidade fez o resto do trabalho. Conclusão: Eu, Lucas, Poltrona, Soro. sofazinho e tudo o mais que rodeava meu filho foi pro chão na velocidade da luz! Nunca vi tantos enfermeiros em toda a minha vida! Eles foram de uma agilidade fantástica! Óbvio que socorreram primeiro o Lucas! Depois de o virem em segurança que se lembraram da mãe idiota que estava estatelada no chão com cara de pamonha. Só lembro de ouvir os batimentos acelerados do meu filho denunciados pelo aparelho cardíaco fofoqueiro que ainda estava ligado a ele.
Tive que ouvir várias recomendações da equipe de enfermagem do tipo: “Não pode levantar ele sozinho, mãe! Tem que chamar a gente”; “Não faça mais isso, mãe!”, “Vocês podiam ter se machucado feio!”.... que ótimo! Isso serviu para eu e o Lucas darmos boas gargalhadas depois. No dia seguinte, finalmente meu filho foi liberado da UTI para um quarto no hospital.
Mais quatro dias em um quarto e finalmente ele teve alta. Hoje ele tem 20 anos, trabalha numa empresa como Assistente Administrativo, faz faculdade de Sistemas de Informação e é fera nisso! Continua usando a medicação preventiva da Asma, mas nunca mais teve que ir a um hospital por falta de ar. Anualmente ele visita seu médico, o mesmo que o tratou no hospital e sempre está melhor que no ano anterior. Apesar de toda a angústia que vivi naquela época, quando me falam: “Deve ter sido as piores férias da sua vida!”, eu respondo: “Na verdade, foram as melhores! Seriam as piores se ele não tivesse voltado comigo de lá!”. Beijos a todos!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

REVOLTA COM O BLOGSPOT!

Gente!!! Por favor, me digam se alguma vez na vida vocês tiveram um POST desaparecido? Faz uns 02 dias que não consigo acessar meu blog e hoje quando entrei, percebi que deletaram meu último post....ESTOU IRADA!!! MUITO IRADA! Fiquei a tarde inteira escrevendo aquele post. Publiquei e ainda compartilhei no facebook e hoje olha o que encontro:
QUE RAIVVVVVAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!!!!!!!!!
Já aconteceu isso com alguém??? Bjs
:-(
á

quarta-feira, 11 de maio de 2011

O dia que minha alma emudeceu - parte 5

Ao ouvir a promessa do médico de que meu filho não morreria, só pude abraçá-lo e deixar vazar todas as lágrimas de alívio que eu poderia ter. O médico retribuiu meu abraço e aguardou pacientemente que eu parasse de soluçar. Falou-me que teria de fazer um procedimento de risco chamado broncoscopia com lavagem brônquica. O risco seria o fato de ter de molhar os brônquios para soltar as secreções que estariam colados neles. Poderia dar febre ou haver qualquer outra complicação, mas, se tudo desse certo, ele ficaria com o pulmão mais limpo e sua saturação aumentaria o suficiente para ele sair da linha limítrofe inferior.
Eu tinha a sensação de estar anestesiada. Sentia uma tranquilidade tão grande que nem as complicações provenientes da broncoscopia me afetaram. Aceitei todos os riscos, mas intimamente eu acreditava que nada faria mal ao meu filho e que tudo daria certo para ele.
Quando o médico se retirou, fui até a ante-sala ligar para meus pais só para dizer-lhes que o médico havia garantido que o Lucas não morreria. Meus pais choravam do outro lado da linha num misto de alegria e alívio. Minha mãe só dizia: "Viu filha? Eu disse que Santo Antonio olharia por ele! Graças a Deus!". Lógico que omiti os riscos da broncoscopia, mesmo porque, esses riscos não encontraram ecos em meu coração.
Voltei ao leito de meu filho e o beijei várias vezes dizendo: "Tá vendo filho? Logo, logo você voltará pra nós!". Com a alma tranquila, me dei o direito de comer alguma coisa e fui até a lanchonete do hospital fazer um lanche. Ao retornar ao leito, vi um folheto do hemocentro que necessitava de doadores de sangue. Pensei: "Por que não doar meu sangue já que recebi uma graça tão grande? Vou até lá!".
Nessas horas a gente descobre que Deus opera das maneiras mais estranhas, porém eficientes que existem. Aprontei-me para sair e ir doar sangue no hemocentro naquela mesma rua. Ao sair na ante-sala da UTI, uma senhora que sempre via por ali, mas que nunca havia conversado, puxou conversa comigo. Perguntou do "moço bonito" que estava no leito 6, se era meu filho, quantos anos tinha e ficou admiriada de saber que ele tinha 15 anos pois parecia ter uns 20.
Sentei-me a seu lado e perguntei porque estava la. Ela olhava a sobrinha de 19 anos que tinha um tumor cerebral. Havia operado mas estava em coma já fazia 3 meses. TRÊS MESES! Como a mãe daquela menina conseguia suportar essa dor? Meu filho estava há quase 10 dias e eu já estava enlouquecendo! Perguntei como elas conseguiam sobreviver com essa dor? A resposta foi muito simples: "AMOR! O amor nos dá tanta força que mal percebemos o quanto ficamos fracas!"
Disse que sua sobrinha parecia estar voltando do coma, mas que ainda era um caminho muito longo. Às vezes parecia responder a elas e às vezes não. Tinha horas que acompanhava com os olhos os movimentos, mas outras vezes não conseguia. Respondia com a cabeça algumas perguntas, mas outras ficava imóvel. Era uma luta diária. Hora a hora!
Contei rapidamente sobre meu filho me dando conta que existiam casos bem piores do que o dele. Falei-lhe que havia recebido o folheto do Hemocentro e que estava indo para doar sangue. Ela, então, me perguntou se meu filho também necessitava de sange, mas eu respondi que não. Foi quando ela me perguntou se eu iria doar sangue para alguem em especial e lhe disse que não, que só iria doar sangue para o banco de sangue. Ela me pediu então que doasse para sua sobrinha que precisava de doadores. Claro que concordei e fui ao hemocentro na certeza de que Deus havia preparado para que eu encontrasse essa senhora naquela hora e naquele momento.
A partir daí comecei a prestar mais atenção nos casos que faziam parte daquela UTI. Havia um moço, 23 anos que estava em coma há 2 anos e meio. Erro médico foi o que a mãe dele me disse. Não detalhou o assunto, mas tudo aconteceu por causa de uma anestesia mal dada. Um bebê que 6 meses. Uma criança de 1 ano e 8 meses. Nossa!
Haviam tantos casos cruéis lá dentro! Tantas histórias tristes de mães, pais, filhos, netos que doía o coração só de se pensar em passar por aquilo. Diante de tanto sofrimento alheio, nosso próprio sofrimento se torna, no mínimo suportável!
E foi assim que passei os demais dias de UTI, compartilhando lições de perseverança, amor, abnegação e força! No dia da broncoscopia meu filho foi levado logo cedo e aproveitei o dia para dar uma volta no hospital. Fui até a capela onde agradeci de coração por tantas bençãos. Depois fui até a farmácia comprar medicamentos para as dores nos pulsos e nos ombros que estavam insuportáveis. Parei na padaria e comi um baurú de outro mundo! Tomei um sorvete e liguei para várias pessoas que sempre queriam notícias de meu filho. Fui ao berçário ver os bebês novinhos que nasceram e pensei nessas vidinhas que começavam. Hoje eles devem ter por volta de 5 anos! Também aproveitei para conversar com o Tiago e compartilhar com ele as boas novas de seu irmão. Estava muito bem. Lógico que estava preocupada com o procedimento médico, mas nada que me alterasse a ponto de perder o controle sobre os acontecimentos. Estava muito mais serena e confiante.
E, como era de se esperar, meu filho voltou da broncoscopia com a saturação mais alta. Já não fazia aquele chiado no peito quando respirava, mas a febre se mantinha firme. O médico disse que provavelmente a febre cederia em um ou dois dias.
Minha mãe já não o visitava mais. Disse que era muito difícil vê-lo naquele estado de forma que eu sempre ligava para dar as notícias de seu estado. Meu pai, como sempre, lembrou-me da escola do Lucas e que eu deveria dar uma satisfação sobre a ausência de meu filho às aulas. Meu pai, apesar de toda a dor, sempre foi muito correto em tudo e sempre me fazia enxergar o lado racional de tudo. Assim sendo, no dia seguinte, peguei o metrô e o ônibus novamente para ir até a escola esclarecer a situação do Lucas.
Todos na escola ficaram entristecidos com a notícia, mas a diretora afirmou que ele não teria problemas em recuperar a matéria e que ela falaria com os professores que provavelemente dariam trabalhos para que o Lucas não perdesse notas.
Aproveitei para passar em casa e ver pela última vez os meus gatinhos (isso ainda me emociona muito)! Me despedi de todos e arrumei a cama do Lucas finalmente depois de tantos dias. Dei um jeito nas coisas e rumei ao hospital novamente.
Quando entrei no leito senti um clima agradável! Pude até sentir um perfume no ar! Via sua saturação que já estava berando os 90% e isso me alegrou bastante. A febre, no entanto, persistia. Minutos depois entrou o médico dizendo que meu filho estava reagindo muito bem e que eu não me preocupasse com a febre. Afirmou ainda que se tudo continuasse assim, no dia seguinte começariam a acorda-lo.
Eu fiquei eufórica! Eufórica mesmo! Saí para a ante sala e fiquei andando de um lado para o outro com um sorriso de orelha a orelha. Quem estava lá provavelmente não entendeu absolutamente nada, pois ali não era um local feliz propriamente dito, concordam? Já havia feito amigos e pude compartilhar com eles a minha alegria que vinha sempre acompanhada de lágrimas.
Novamente liguei para meus pais dando as boas novas o que os encheu de felicidade! Comecei a ficar ansiosa para que o dia seguinte chegasse e pudesse ver os olhos de meu filho que já não via a dias! No dia seguinte, logo pela manhã o médico entrou. Examinou ele e disse que começariam a aplicar a medicação para que ele voltasse do coma. Eu não saí do lado dele nem por um milésimo de segundo. Acompanhei todo o procedimento e fiquei atenta para algum sinal de que meu filho estava voltando a consciência.
Amarraram suas mãos pois ele podia querer puxar o tubo de oxigenação, a sonda nasográstrica e até mesmo o cateter do pescoço. Vê-lo com as mãos amarradas me incomodou um pouco, é lógico, mas sabia que era para seu bem e que toda a equipe de médicos e de enfermeiros estavam fazendo de tudo para que ele ficasse bem.
Logo de início não percebi nada, mas alguns minutos depois percebi que ele começava a mexer a cabeça e os dedos das mãos! Claro que chorei! Alguns minutos a mais e ele começava a dar sinais de que entendia o que os enfermeiros perguntavam fazendo micro sinais afirmativos e negativos com a cabeça! Fiquei ali plantada ao seu lado vendo cada progresso que havia em seu despertar até ver que seus olhos começavam a abrir lentamente. Tentei segurar a todo o custo minhas lágrimas pois não queria que ele me visse chorando. A garganta doía muito pelo esforço, mas consegui. Ele acordou! Disse-lhe para ficar tranquilo que estava tudo bem!
Também pedi que não tentasse movimentar as mãos, pois elas estavam imobilizadas para evitar que ele tirasse alguma coisa do lugar. Ele me olhava e fazia sinais afirmativos com a cabeça. Pedi também que não falasse, pois estava intubado. Dizia que ele já estava bem e que sua respiração havia normalizado, afinal, na cabecinha dele, só havia passado uma noite, ou seja, ele havia dormido e acordado, só isso! Nem imaginava que já haviam se passado 10 dias de coma. Ele ficou tranquilo. Estava grogue, mas entendia bem o que falávamos para ele.
O médico me disse que assim que ele estivesse totalmente desperto que seria extubado, ou seja, retirariam o tubo dele, mas que só poderiam fazer isso com ele acordado. Não tenho palavras para traduzir a minha alegria. Já podia ver os olhos de meu filho e em breve eu também ouviria sua voz! Fantástico!
Fui conversando com, o Lucas que foi despertando cada vez mais. Contava para ele de sua saturação, de como estava melhor de quando deu entrada no hospital, falava da seleção brasileira da copa, da felicidade que sentia em ver que ele estava bem, ou seja, fiquei falando com ele o tempo todo para que despertasse o mais rápido possível.
Mais ou menos umas três horas depois de acordar, a equipe entrou no leito para extuba-lo. Saí e pedido deles e fiquei na ante-sala tomando café e tagarelando com os amigos que havia feito por lá! Todos compartilhavam a minha alegria. Quando se está numa UTI, vive-se sobre um véu de sombra espessa. Mas quando surge alguma luzinha, ela realmente ilumina todo o ambiente. É como uma necessidade! Hoje percebo que as alegrias compartilhadas na UTI, não só as minhas, mas as dos demais pacientes que aconteciam, eram extremamente comemoradas com sinceridade! Uma união absurda que se faz dentro daquela unidade.
Entrei no leito e vi meu filho sem o tubo, mas mantinha a sonda nasogástrica e o cateter no percoço. Estava ansiosíssima para ouvir sua voz. Óbvio que sua voz estava absurdamente fraca. Ele apenas sussurava. Quase não se ouviam suas palavras. Mesmo assim, fiz uma estripulia.
Queria muito que meu filho falasse com meus pais e liguei de meu celular para eles. Quando atenderam eu pedi um minuto e passei para o Lucas. Ele sussurou: "Oi vó!"..... depois falou "to bem sim.", percebi que o Lucas começou a se emocionar então tirei o telefone dele e falei com minha mãe. Ela chorava de alegria! Meu pai também. Falei com eles que a voz do neto estava fraca, pois tinham acabado de tirar o tubo, mas que ele estava bem! Na mesma tarde tiraram a sondanasogástrica. Então tudo começou a melhorar!..... e muito!