quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

A Vida Ensina

E, de repente, me vejo com quase cinquenta anos me questionando sobre a criação de meus filhos. Foram bem criados? São educados? Responsáveis? Podia ter feito melhor? Errei em alguma coisa? 
Óbvio que, como qualquer ser humano assim como eu ou você que está lendo este blog, eles tem seus defeitos. Os defeitos são inerentes à espécie humana além do que,  o que é defeito pra mim, pode não ser para outro. Chego a conclusão de que podia sim ter feito melhor. Então, por que não fiz? Simples, porque eu não tinha o conhecimento e a experiência que tenho hoje. 
Analisando minha vida eu percebo que dei muitos passos errados, mas nenhum foi sabendo que seria um erro. O mesmo irá acontecer na vida desses meninos que cresceram e se tornaram homens. Vão cometer erros, mas só vão perceber isso tarde demais. Tenho como ajudar? Sim, alertando que foi o que fiz a vida inteira e continuarei fazendo enquanto existir. Serei ouvida? Provavelmente não. Não ouvi muitos dos alertas de meus pais, porque eles haveriam de ouvir os meus? A vida se repete geração após geração. Erros, acertos, perdas, vitórias. O que levarei dessa vida? Só ensinamentos, mais nada. Nem a minha bengala que me ajuda a caminhar eu levarei. Só levarei o que aprendi com os erros e os acertos. 
Nós, na qualidade de pais, temos que ter o coração tranquilo de ter feito o que podíamos fazer. Nem mais, nem menos, mas o que a nossa capacidade intelectual de vida nos permitiu. 
Filhos são nossas vidas pulsando fora de nós mesmos. Amamos esses seres com um amor tão sublime que chega às raias da loucura. Damos nossas vidas para que eles possam viver. Somos capazes do impensável para que sejam felizes. Mas, ainda assim, o professor maior deles será suas próprias vidas. 
Hoje me vejo pensando "Minha mãe estava certa!" "Meu pai tinha razão" e, num lampejo, vejo meus filhos lá na frente pensando dessa mesma maneira. Está tarde demais para mudar tudo agora, mas ainda é cedo para esvaziar o coração da culpa e do remorso. 
Penso que somos e sempre seremos, independente da idade, eternas crianças num aprendizado infinito. E para que a criança ande, ela tem que cair. Então, caiamos com estilo! 
Encha seu peito e orgulhe-se de seu trabalho diante de seus filhos. Você fez sim, o melhor que podia e que sabia fazer. O resto? A vida ensina...

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