domingo, 8 de março de 2009

Ao papai.

Se tem uma pessoa que realmente faz meu coração balançar de forma absurdamente verdadeira, essa pessoa é papai! Um verdadeiro "Lord Inglês"! Com aqueles olhinhos azuis que nos penetram o fundo de nossa alma prescrutando todos nossos pensamentos, anseios e medos. Nada escapa ao olhar doce e afetuoso do Sr. Leonel! Todos os problemas familiares são minusiosamente estudados e resolvidos por ele com uma praticidade de dar inveja a qualquer um! Gostaria de ter um décimo de seu esclarecimento, um décimo de sua franqueza, um décimo de sua sabedoria pois acredito que muitos erros seriam evitados em minha vida pregressa, enfim, aprendi com todos eles tendo papai dentro de meu coração como um companheiro indissolúvel. Sempre que me encontro em situações complicadas, tento pensar "O que o Sr. Leonel faria?", mas por ele ser um "Lord" e eu uma vassala, acabo fazendo tudo errado e arcando com as consequências de minha impulsividade! Quando pequena, uns 4 ou 5 anos, lembro que estávamos eu e ele na área de minha antiga casa na saudosa Rua Tomé de Lara nº 81. Eu, na ponta dos pés tentando enxergar além da mureta os nossos vizinhos com quem papai conversava. Em determinada hora, Dna. Hélia, nossa vizinha, me avistou e perguntou: "Com quem você vai casar quando crescer?", não titubiei: "Com o meu pai", "Mas ele está casado com sua mãe" ela disse, "Ele casa de novo!" respondi, afinal tudo era tão simples, pra que complicar? Seríamos uma família sempre feliz! Papai, mamãe e eu, é claro!
Ele nesse momento pegou-me no colo e pousou um delicioso beijo em minha bochecha e eu abracei seu pescoço sentindo o perfume de sua loção após barba que até hoje eu consigo lembrar! Adorava o colo de meu pai. Pena que a gente cresce!
Outra vez, lembro que havia pessoas em casa, não sei se era uma festa ou se só eram visitas e eu estava no quarto de meus pais assintindo a um desenho na tv preto e branco que havia lá. No desenho havia um filhote de leão branco que perdia sua mãe. Quando isso aconteceu, eu cai num choro convulsivo me solidarizando com o leãozinho branco agora órfão. Saí do quarto com o rosto banhado em lágrimas e logo fui cercada por várias pessoas que tentavam descobrir a causa do meu sofrimento. Eu mal conseguia falar pois os soluços me impediam. Eis que meu herói entra em cena, papai, é claro! Pegou-me no colo e pude deixar o pranto rolar deitando minha cabeça sobre seu sombro, meu porto seguro. Levou-me para a cozinha e sentou-me na mesa da copa (naquela época existia copa e cozinha, acho que hoje é raro esses dois aposentos). Deu-me um copo de água com açúcar e perguntou o porque de minha tristeza. Ainda aos soluços mas um pouco mais controlada respondi: "A...a....mã... mãe...do...do... leão...leãozinho....bran...branco... morreu!" Todos tentaram me convencer que aquilo era apenas um desenho, que não era de verdade. Nunca acreditei! Mas me senti consolada pelo colo amoroso e cuidadoso de meu pai! Hoje ele está com 74 anos muito bem vividos e casado há 46 anos com mamãe! É mpossível não se apaixonar por esse homem tão maravilhosamente banhado de luz! Hoje eu escrevo esta mensagem no computador que ele me deu depois de ter adquirido um notebook. Além de tudo, meu pai é moderno! .Tenho um orgulho tão intenso desse homem! Agradecer por tudo que ele me ensinou até hoje é pouco! Fui abençoada ao descer dos céus e encontrar o aconchego do ventre materno de Dna. Odila, nascendo em uma das famílias mais iluminadas deste planeta. Outro dia eles tomaram conhecimento de meu blog. Fiquei feliz em poder compartilhar com eles essas minhas estripulias, mas não poderia deixar de registrar o profundo amor que aqueles olhinhos azuis fazem brotar de dentro de minha alma transbordando do meu coração e transformado-me em uma das pessoas mais felizes do mundo! Valeu papai! Leve meu amor eterno com você!

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